Conectividade nas cidades e a interferência de dispositivo

Conectividade nas Cidades e a Interferência de Dispositivo

22 set, 2022 | Tecnologia

Você consegue imaginar a sua vida sem os seus gadgets tecnológicos? Assessórios como smartphones, relógios inteligentes e computadores fazem parte do dia a dia de grande parte da população, e todos eles desempenham funções sociais básicas como, por exemplo, possibilitar a comunicação sem fronteira. 

Segundo estudo da empresa de tecnologia Cisco Systems, em 2023, 70% da população mundial terá acesso a redes móveis. O estudo também mostra que 29.3 bilhões de equipamentos estarão funcionando simultaneamente, representando três vezes mais dispositivos conectados do que pessoas no mundo.

Mas esses dispositivos vão além daqueles de uso pessoal da população, também sendo considerados todos os equipamentos tecnológicos disponíveis para a sociedade como um todo. 

Estamos falando de aparelhos tecnológicos usados para o bom funcionamento das cidades, como por exemplo câmeras, radares de velocidade e sensores de temperatura. 

Esses gadgets não só são fundamentais para o desenvolvimento da sociedade, como também são a base para uma Smart City, ou Cidade Inteligente. Todos esses equipamentos precisam coexistir sem interferência, para que a comunidade possa funcionar e crescer satisfatoriamente. 

Como evitar a interferência entre todos os dispositivos?

Você já ouviu falar da Compatibilidade Eletromagnética (EMC)? Ela é o campo de estudo que analisa a conformidade entre os equipamentos tecnológicos. 

O objetivo da disciplina é investigar como os sistemas tecnológicos de uma cidade podem existir em conjunto sem interferir um no outro. Consequentemente, ela é um conhecimento importante para técnicos, empreendedores e gestores públicos que precisam pensar a cidade. 

Durante a pandemia de coronavírus, por exemplo, os aparelhos dos hospitais precisam funcionar todos ao mesmo tempo sem interferência, pois qualquer erro tecnológico custaria vidas. 

Os ventiladores pulmonares (respiradores artificiais), por exemplo, precisam passar por inúmeros ensaios de EMC para provarem sua credibilidade. Isso dá uma dimensão da importância dessa disciplina. 

A Compatibilidade Eletromagnética (EMC) precisa ser capaz de realizar interações rápidas e eficientes para que todos os sistemas possam coexistir, sempre acompanhada de normas técnicas para garantir regularizações, coordenadas e diretrizes para a disciplina.

Quando pensamos na Compatibilidade Eletromagnética (EMC) nas cidades, imaginamos um trabalho duro, feito com responsabilidade. Mas quando pensamos na sua ação em uma cidade inteligente, dobra-se o trabalho e a responsabilidade, uma vez que a cidade conectada capta e transmite muitos dados em tempo recorde. 

Quem garante o pleno funcionamento dos dispositivos no Brasil?

No Brasil, a Anatel é o órgão responsável por produzir resoluções que orientam a certificação de terminais móveis, celulares, tablets e outros aparelhos de telecomunicação. 

A resolução nº 527, por exemplo, avalia as radiações indesejadas causadas por sistemas de banda larga. O mesmo vale para uma série de outros produtos e serviços, que precisam ser aprovados por regulamentações e normas para serem inseridos no mercado.

Essas normas são conjuntos de regras e procedimentos avaliados por meio de extensas pesquisas e testes. Uma das entidades responsáveis por esses ensaios é a IEC (Comissão Eletrotécnica Internacional), autora da família de normas IEC 61000, dedicada a aspectos gerais sobre EMC. 

Por aqui, contamos também com as portarias do INMETRO, que determinam os padrões e limites a serem seguidos pelos fabricantes para a geração de interferências.

Interferências eletromagnéticas

Segundo o pesquisador Hermes Loschi, a “infraestrutura interconectada de sistemas, que basicamente define o que é uma cidade inteligente, também é a principal responsável pela ocorrência de interferências eletromagnéticas“.

Como Hermes Loschi pontua, todo tipo de interferência entre dispositivos tecnológicos pode ser sentida em todos os lugares que eles ocupam, inclusive dentro da nossa própria casa.

Quem é mais velho, vai se lembrar que pouco antes dos anos 2000, era muito comum ver como um eletrodoméstico interferia em outros, a ponto de impedirem o funcionamento simultâneo. 

Atualmente contamos com redes elétricas mais sofisticadas, e quanto mais criamos tecnologias – mais rápidas e complexas – as demandas para seguirem funcionando só aumentam.

Podemos classificar as interferências em duas categorias: 

  • Interferência Eletromagnética Conduzida: acontece por meio de condutores elétricos no contato direto com fontes de ruído e equipamentos. Acontece com frequência em eletrodomésticos, por exemplo;
  • Interferência Eletromagnética Radiada: distúrbio que se propaga pelo ar através de campos eletromagnéticos. Nesse caso, os objetos se comportam como antenas.

Conclusão

O atual contexto urbano, em pequenas e grandes cidades, começou a gerar interferências eletromagnéticas muito grandes no mundo inteiro.

Isso acontece devido ao rápido desenvolvimento tecnológico que acontece ao redor do globo, como também a rápida adaptação das cidades à nova era tecnológica, se tornando mais conectadas e inteligentes. 

Consequentemente, é inevitável adotar novas tecnologias e impulsionar o uso consciente desses equipamentos é um passo indispensável para garantir cidades inteligentes. 

Isso exige que os gestores conheçam as opções disponíveis, seu funcionamento, qualidade e suas possíveis consequências para a EMC. 

# #

© Copyright 2000-2022 TECNO - IT, TECNOLOGIA, SERVICOS E COMUNICACAO SA

Política de Cookies e Privacidade